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The Purge: Unidos, nós expurgaremos!

segunda-feira, 3 de novembro de 2014


É realmente interessantíssimo quando um filme consegue, mesmo com um baixo orçamento, atingir grande parte de seus objetivos.The Purge consegue criar uma excelente discussão social e também transmitir tensão ao espectador, com um thriller eficiente e com uma bela premissa.

O primeiro filme da "franquia" retrata a história de uma família, com Ethan Hawke no papel do pai James; Lena Headey como a mãe Mary e Max Burkholder e Adelaide Kane interpretando os filhos do casal Charlie e Zoey, respectivamente.O patriarca da rica família Sandin trabalha com proteção para casas no dia do expurgo e ganha muito bem por isso.

Por conta do aumento da criminalidade e da pobreza, o governo americano cria um feriado nacional, onde das sete da noite às sete da manhã todo o tipo de crime é permitido, desde sequestro, estupro, assassinato entre outros.Este dia é denominado Expurgo.Percebe a discussão social já implantada?Para diminuir o número de indigentes nas ruas(que são os primeiros a serem assassinados, obviamente) e também o número de pessoas em situação de pobreza(uma vez que suas casas não tem proteção alguma) o governo americano, criticado até as últimas aqui cria um mecanismo para mascarar a sociedade mentalmente deformada que existe lá(e em qualquer lugar do mundo).

Durante a noite do expurgo, os Sandin veem um mendigo(Edwin Hodges) correndo e pedindo ajuda na porta de sua casa,alegando que está sendo perseguido.Nisso, o pequeno Charlie decide abrir o sistema de segurança da casa e deixar o desesperado rapaz entrar.Após algum tempo os Sandin recebem um recado em sua porta, um grupo de jovens mascarados e armados quer o seu homem de volta para expurgar e diz que se a família não devolverem o rapaz, eles serão obrigados a arrombar a porta e fazer uma chacina no local.

A qualidade do filme, levando em conta o orçamento de 3 milhões(o que é pouco para Hollywood) é bem razoável, ainda que a atuação de alguns personagens seja bem medíocre, como Lena Headey, nunca se sabe quando ela está feliz, triste, chocada ou com medo.A parte técnica, também é regular, mas apresenta bons cortes e uma trilha sonora interessante,principalmente no uso da música clássica.O filme, com míseros 3 milhões, arrecadou mais de 60 milhões na bilheteria americana e mais de 100 milhões na bilheteria mundial.Essa receita toda, prova que The Purge é um filme ousado, corajoso e ao mesmo tempo interessante para a mente pensante que o assiste.

O final do primeiro filme dá um tapa na cara, em toda a ideia de patriotismo americano barato, com uma quebra de diálogo e uma tensão muito grande, ele consegue passar uma mensagem incrível, junto com um discurso político, que ao meu ver era sua meta desde o começo.

Já o segundo filme é um pouquinho diferente.



Tentarei escrever sobre esta segunda parte sem dar spoilers da primeira.The Purge: Anarchy é, diferente de seu antecessor, uma visão geral do dia da purificação.Não tanto focado na casa da família Sandin, como foi o primeiro e sim mais centrado na noite do expurgo em si, mais explícita.

The Purge: Anarchy conta três histórias:
A primeira, é a de Eva(Carmen Dejogo) e sua filha Cali(Zoë Soul), Eva é uma garçonete que ganha muito pouco e se preocupa em como poderá pagar a faculdade da filha e os remédios de seu pai com tão pouco.Logo após, já temos mais dois personagens inseridos, Shane(Zach Gilford) e Liz(Kiele Sanchez), o casal está extremamente perto de uma separação e pretendem passar a noite do expurgo na casa da irmã de Liz, onde podem comunicar oficialmente o rompimento.Por fim, vemos Sergeant(Frank Grillo, sim,o mesmo de Capitão América: O soldado Invernal), um homem com alguns fantasmas no passado que se apronta para expurgar. 

É interessante ver a criatividade do diretor DeMonarco mostrando diferentes assassinos durantes o expurgo, ainda que isso beire o excesso de elementos e acaba deixando esses personagens com um ar non-sense.A visão do mundo abastado do expurgo, também é mostrada com muita criatividade, com compra de vítimas e leilão para assassinatos, o que torna o filme bem mais tocante, ainda que seja um thriller.

O primeiro ato do filme é sensacional, mas os dois últimos deixam um pouco a desejar.As únicas observações acerca do longa são a química dos personagens, que oscila em alguns momentos, a não conclusão de alguns personagens também incomoda(torço para que na terceira parte, eles apareçam) e por fim, as tomadas dos personagens na cidade, onde todos aparecem sempre em fila, me lembra uma paródia de um filme de terror, não me entra na cabeça,além de alguns momentos que não me convenceram muito.

Ainda que os efeitos especiais dessa sequência foram bem medíocres, o enredo e a ação conseguiram sustentar o filme e no final ele foi uma experiência até que reflexiva, por conta de seu primeiro ato.


A Sequência dos últimos dois filmes parece se chamar The Purge: Brakout e não tem muita coisa confirmada.Só sabemos que Demonarco estará dirigindo novamente, e que o orçamento será maior devido ao sucesso da segunda parte da franquia.

The Purge é uma história regular, ainda que sua premissa seja excelente, ela não consegue explorar todo o conteúdo que poderia mas gera uma discussão muito profunda sobre temas atuais da sociedade, como os indigentes e a luta covrde entre classes.Vale a pena ser assistido e também, discutido.


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